Um dos primeiros conceitos a ser assimilado em nossa Doutrina, é justamente a triplicidade de nosso ser, que esbarra diretamente na compreensão da diferença entre Individualidade e Personalidade.
Somos tríplices por termos “três plexos”: corpo físico, alma e espírito.
Sobre o físico não resta dúvidas, creio eu. A confusão se dá quando tentamos entender a diferença entre alma e espírito, pois invariavelmente estas palavras são usadas como sinônimos nas outras doutrinas e filosofias.
Em nossa Doutrina, fazemos uma clara distinção entre os dois, pois denominamos “alma” à nossa personalidade e “espírito” a nossa Individualidade.
A Personalidade, ou alma, é “você” hoje! O João, o José, a Maria... com todas suas características psíquicas e caráter que resulta dos fatores ambientais que lhe envolveram deste a infância: família, educação, nível sócio-econômico-cultural, amizades, traumas, etc.
Tivemos, em cada encarnação, uma alma diferente, com diferentes nuances de acordo com nossa formação. Uma personalidade nova a cada nova jornada, dentro do contexto histórico e familiar em que fomos inseridos.
A Individualidade, o espírito, é o seu “verdadeiro eu”. É a soma de todas suas experiências encarnatórias e espirituais (provenientes do tempo que se passa no plano sutil). Na individualidade estão suas heranças transcendentais e suas experiências de várias jornadas. É o ser completo!
A vida é um espetáculo teatral, e a cada nova apresentação assumimos um papel, um personagem novo. Estes personagens são suas almas, suas personalidades. Você é seu espírito, é o artista que encena cada uma destas apresentações.
Ao ingressarmos no Templo, para a prática do trabalho mediúnico, devemos despertar nossa Individualidade! Não somos mais a personalidade, o João, o José ou a Maria, somos um espírito cumprindo uma missão espiritual!
Todas nossas técnicas e rituais servem para despertar esta Individualidade. Para que mergulhemos em nosso íntimo (onde vive o Senhor) e não trabalhemos pelo que apresentamos ser, mas pelo que verdadeiramente somos!
Cada passo, cada gesto, cada chave, tem uma função específica neste contexto, nos levando a um novo grau de mediunização, que nada mais é que o contato com nosso espírito.
Por isso, ao estarmos em Trabalho Espiritual, ou seja, dentro do Templo, Nada mais importa! Não temos os problemas do dia a dia, as paixões, os desejos e as carências... Somos o espírito desperto para o cumprimento da missão!
A Individualidade trabalha na “vertical”. Em contato direto com Seres de Luz, nossos mentores, que nos auxiliam no cumprimento da missão.
Quando não estamos mediunizados, quando nos voltamos para atender “a nós mesmos” e não aos pacientes, estamos trabalhando com a Personalidade, e com isso, trabalhamos na “horizontal”, sem receber as forças e assistência direta da Luz.
Por isso, o médium verdadeiramente mediunizado não sente os efeitos físicos, está imerso em ser verdadeiro eu! Sua energia é reposta! Já repararam que em determinados trabalhos saímos com o dobro da disposição que chegamos?
Ao passo que o médium trabalhando na horizontal não recebe reposição energética vertical. Saindo cansado e por vezes literalmente “acabado” do Trabalho Espiritual, pois utiliza apenas suas próprias energias.
Escrevo generalizando, pois existem exceções.
Extraído do Acervo do Exílio do Jaguar Mestre Kazagrande
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